Elza Soares nasceu na Favela da Moça Bonita (hoje Favela da Vila Vintém),no bairro de Padre Miguel, e ainda pequena mudou-se para o bairro da Água Santa, onde foi criada. Em sua infância vivia a brincar na rua, soltar pipa, piões de madeira, até brigar com os meninos. Era uma vida pobre, porém feliz para uma criança, apesar de ter que ajudar a mãe nos serviços domésticos, levando latas d'água na cabeça. Aos onze anos de idade foi obrigada pelo pai a abandonar os estudos e casar-se com Alaúrdes Antônio Soares, um amigo de seu pai, que havia se interessado por ela. Elza sofreu muito neste matrimônio arranjado, por conta da violência doméstica a qual era submetida. Aos doze anos de idade deu à luz seu primeiro filho. Como tinha o sonho de cantar, e precisava comprar remédios para seu filho recém-nascido, participou do programa de Ary Barroso na Rádio Tupi, e fez sua primeira apresentação ao vivo no auditório da emissora, que era a maior de seu tempo. A princípio não foi levada a sério, por seu jeito bem humilde de falar e se vestir, o que levou Ary Barroso a perguntar ironicamente a ela: "De que planeta você veio?", ao que Elza respondeu: "Vim do mesmo planeta que o senhor". "E posso saber de que planeta eu sou?". "Do Planeta Fome". Apesar deste momento de chacota por parte do apresentador, Elza não se abalou e, ao cantar mostrou todo seu potencial. Assim ganhou um dinheiro de participação e comprou os remédios do filho, mas que mesmo assim faleceu..
Elza Soares tornou-se popular com as canções Se Acaso Você Chegasse, Mas Que Nada, A Carne, entre outros sambas de sucesso. Recebeu indicações ao GRAMMY Awards e foi eleita pela BBC de Londres "a cantora do milênio". Em 2007, a cantora foi convidada para cantar o Hino Nacional Brasileiro a cappella na Cerimônia de Abertura dos Jogos Panamericanos Rio 2007. Já no ano de 2016 se apresentou na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, onde cantou "O Canto de Ossanha" um clássico de Baden Powell e Vinicius de Moraes.
Seu penúltimo álbum chama-se "A mulher do Fim do Mundo", um disco de Samba Eletrônico lançado em 2015, aclamado pela crítica como um dos melhores discos dos últimos anos da MPB e que lhe rendeu o prêmio de Melhor Álbum na categoria Pop/rock/reggae/hip-hop/funk. Além disso, o disco ainda lhe rende outros frutos, como a indicação de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira e, também, o Prêmio de Melhor música em Língua Portuguesa no 17º Latin Grammy Awards.
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