A figura de Audre Lorde ocupa, por razões diversas, um lugar central no feminismo contemporâneo. Ela é, junto com Angela Davis e Bell Hooks, uma das principais vozes do feminismo afroamericano.
A partir das margens da academia e da legitimidade que lhe dá a sua própria história. Sua poesia é forte e reflete conflitos internos e externos advindos de sua condição de mulher negra em uma sociedade marcada pelo machismo e pelo racismo.
Nem dentro do movimento feminista ela tinha apoio, pois apontava suas fragilidades e a necessidade de se tratar de questões relativas à realidade das mulheres negras, que eram completamente ignoradas. Audre foi uma das precursoras do movimento feminista interseccional e da chamada crítica descolonial. Lorde foi diagnosticada com câncer de mama, e da sua luta contra a doença saiu o livro de prosa de não-ficção The Cancer Journals, de 1980. Suas outras obras em prosa incluem dois livros sobre relações entre mãe e filha, A Burst of Light (1981) e Outsider: Essays and Speeches (1984), além da autobiografia (descrita pela autora como uma biomitografia) Zami: A New Spelling of My Name (1982). Infelizmente, apesar de ter superado o câncer de mama, Lorde desenvolveu câncer de fígado, que levou à sua morte em 1992. Em sua poesia e sua luta contra a opressão, ela deixou um legado muitíssimo vivo.
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